As origens do Carnaval e da fé!

Os Romanos, que eram muito espertos e danados para a brincadeira, protegeram esta festa com o Baco, o Deus do vinho. Nos dias de folia, tudo se invertia. Tanto que o rei da festa, o Rei Momo, era um escravo (da classe mais baixa de Roma) e podia ordenar o que quisesse durante as festividades. Ao participar dessa inversão, as pessoas representavam papéis, e fingiam ser o que não eram. Por isso, com o passar do tempo, veio o costume das máscaras e disfarces, trazidas do teatro clássico grego. Elas representavam outros personagens, seres diferentes do normal, geralmente relacionados com o sobrenatural, monstros, morte, mistério...
Tudo estava muito bem, mas a dada altura a religião católica surgiu e tornou-se cada vez mais mais poderosa e a Igreja quis cancelar as Saturnálias. Os excessos das festas iam contra as recomendações de um comportamento mais certinho... Contudo - benditos tempos - a Igreja ainda precisava de reunir mais ovelhas para o rebanho e o fim das festas afastaria muita gente. Afinal, ninguém iria querer participar de uma religião em que a diversão fosse proibida, verdade?
Então, encontraram uma maneira de agradar aos dois lados: no ano 325, foi decidido que os quarenta dias antes da Páscoa deveriam ser guardados apenas para orações e jejuns - intervalo de tempo que ficou conhecido como Quaresma. As maluqueiras foram alteradas para antes do início desse período - a mesma data actual - e ganharam o nome de Carnevale, que no idioma da época significava "adeus à carne". Ou seja, uma despedida dos chamados prazeres carnais, ou seja, dos tais excessos que caracterizavam as Saturnálias e eram, como ainda são hoje, reprovados pela Igreja.