Aventuras Festivaleiras

Quero começar logo assim, com um "recado". Aos senhores dos Marés Vivas, tão zelosos das pulseirinhas obrigatórias para os 3 dias do evento, a trocar pelo bilhete que era furado, e que queriam evitar a todo o custo que a malta partilhasse o bilhete, ao estilo - hoje vou eu amanha vais tu - tenho a anunciar que só o meu bilhete serviu 3 pessoas: eu própria, que adorei ver Lamb e Kaiser Chiefs; o meu namorado, que na Sexta viu Scorpions e Guano Apes e uma amiga, que no Sábado foi ver Keane. O bilhete de outra minha amiga serviu igualmente outras 3 pessoas: ela própria, que foi comigo na Quinta mais o pai e o namorado da minha amiga que viu Keane no Sábado.
Se acho isto bem? Não perdi até à data tempo algum a formar uma opinião sobre um assunto que me parece irrelevante. Se compreendo os propósitos da organização do Festival? Claro que sim, isso parece-me bastante óbvio e evidente, principalmente se estivessemos atentos às explicações que nos davam quando nos colocavam a pulseira no primeiro dia do evento: "vou-lhe por esta pulseira, que não pode tirar até ao último dia e se a perder ou danificar, não pode entrar mais no recinto!", diziam eles... Para um Festival que começou por ser completamente gratuito, a ganância cresceu e de que maneira. Compreendo-a na mesma e exacta proporção que a desprezo.
Ah! E o meu bilhete, assim como o da minha amiga, era um convite...

Pois bem, então e eu que escolhi ir ao SBSR o que é que vos posso dizer?... Bem, depois do cancelamento de Depeche Mode, sabe-se lá exactamente porque e eu já ouvi das mais variadas razões, carreguei baterias para Killers. E lá fui eu, rumo ao Estádio do Restelo. Dessa tarde e noite tenho duas coisas a dizer: Killers foi excelente (mas assim muito, muito bom!) e tudo o resto inerente ao Festival foi mau (mas assim muito, muito mau!).
Das restantes bandas e cantoras presentes confesso que não posso falar muito, porque não ia com o objectivo de lhes prestar muita atenção e foi isso exactamente que fiz. Apercebi-me, com este ouvido duro para a música, que o som não estava grande coisa e fiz figas para que em Killers estivesse melhor. Tenho de arranjar outro esquema que este das figas não é grande coisa...
Das condições do Festival em si, só posso dizer que foram péssimas: quando há poucas casas-de-banho disponíveis assim como sítios para comer, é normal que aconteçam duas coisas - pessoas aborrecidas e recantos com cheiros duvidosos.
Salvou-se a vontade de emborcar cerveja, que bares havia de sobra, espaçosos e com bastantes colaboradores. Já para não falar dos meninos de bidão às costas. Mas também estávamos no SBSR, se assim não fosse é que era estranho, afinal este era o sítio e o momento ideal para evacuar o produto que dá nome ao evento.
O produto é bom. O evento, nem por isso...